Do Valor Investe - Historicamente, especialistas apontam que outubro é um mês positivo para o mercado de criptomoedas. Para além de sua mais importante representação, o bitcoin, outras criptos podem ser atrativas para o investidor, dentro de suas próprias características e contexto.
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“Setembro chegou ao final e, da mesma forma como o ano vem se desenhando, o mercado de criptoativos encontra alguns desafios para superar barreiras e alcançar um crescimento”, aponta José Artur Ribeiro, presidente da Coinext.
“Partindo da análise do bitcoin, que é o principal termômetro desses ativos, o desempenho histórico em outubro costuma ser positivo”, afirma Ribeiro. Segundo ele, nos últimos nove anos, em apenas duas oportunidades - 2016 e 2020 -, o bitcoin encerrou esse mês com performance negativa. “Em 2021, depois de fechar o mês de setembro com queda de 1,74%, o bitcoin valorizou incríveis 40,8%, iniciando um rali para o recorde que viria em novembro”, conta.
Levando em conta esse cenário, Ribeiro lista seis criptomoedas para o investidor ficar de olho este mês. Confira:
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O bitcoin está de volta ao topo da lista das melhores criptomoedas para o mês, segundo Ribeiro. “Setembro, certamente, foi de muito aprendizado para o investidor desse ativo, com a ansiedade sobre os impactos do aumento da taxa de juros dos Estados Unidos e outras ações monetárias em outros países”, ressalta.
No entanto, para outubro, Ribeiro acredita que “a expectativa é outra e o sentimento de recuperação começa a se fazer presente e uma arrancada positiva para um final de ano positivo passa a ser uma possibilidade”. A projeção é baseada no comportamento do bitcoin em setembro que, “mesmo diante de um momento complicado economicamente e teses de recessão, alguns indícios mostram que o temido inverno cripto pode estar chegando ao fim”.
A prova disso pode ser sinalizada pela resiliência do bitcoin após a divulgação de nova alta na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), conseguindo manter suportes de preço importantes.
“Outras quedas podem acontecer ao decorrer do mês, porém, não devemos ver o BTC perder o suporte de US$ 18 mil”, reforça Ribeiro. “Muito pelo contrário, o histórico positivo e a força compradora de grandes investidores pode fazer com que o patamar de US$ 25 mil volte a ser uma constante.”
O token da Ripple (XRP), empresa que desenvolve tecnologia para o sistema financeiro tradicional, foi o grande destaque de setembro, alcançando 49% de valorização, nos últimos 30 dias, contribuindo para trazê-lo para a lista de observação para este mês.
“Entre os motivos que explicam essa valorização, é possível destacar a situação jurídica envolvendo a empresa”, explica Ribeiro. Há uma disputa judicial entre a empresa e a Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários do Estados Unidos), sobre a legalidade das vendas de XRP.
“No final de setembro, as partes apresentaram os argumentos finais, com a Ripple apresentando provas muito concretas que tornam o processo legal”, conta Ribeiro. “A expectativa sobre o parecer positivo causou esse rali de alta e, caso seja comprovada, pode gerar valorização para o ativo também em outubro.”
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Uma outra altcoin que teve uma valorização interessante em setembro foi ATOM, da rede blockchain Cosmos, que avançou 10% no mês e 58% no trimestre.
Entre os motivos que colocam o ativo na lista, está o lançamento de um projeto com atualizações previstas na rede, com objetivo de transformá-la em “um protocolo mais interoperável, descentralizado e seguro”.
“Caso a implementação ocorra como esperado, ATOM pode apresentar uma valorização interessante e se tornar uma rede ainda mais importante para o universo cripto”, destaca
O token da Chiliz, blockchain da rede Socios.com, focada em criar os chamados fã tokens, que servem como uma espécie de certificado digital de “sócio torcedor” de times de futebol, saltou quase 140% no trimestre e subiu 11%, em setembro.
Ribeiro destaca que o desempenho se dá em função da independência do token com o movimento do mercado de criptomoedas atual e a volta dos campeonatos de futebol, principalmente a Copa do Mundo.
“Além disso, os clubes de futebol estão mais preocupados com a interação com o investidor nos meios digitais e podem ampliar a utilização do CHZ”, afirma Ribeiro.
ALGO, da rede Algorand, promete ser um dos principais ativos do mercado cripto até o fim do ano, também na esteira da Copa do Mundo de futebol, segundo o presidente da Coinext. O token valorizou 23% em setembro.
Para outubro, alguns fatores que podem ampliar esse crescimento. O principal são os NFTs (tokens não fungíveis) do álbum da Copa do Mundo. “Até o início do evento e durante o campeonato são esperadas novidades da Algorand para os torcedores presentes e também os apaixonados por futebol em todo o mundo”, afirma Ribeiro.
“Chainlink é uma das altcoins que estão sendo apontadas como boas alternativas nesse momento de lateralização [pouca volatilidade] do mercado de criptomoedas”, aponta Ribeiro. Nos últimos 30 dias, o ativo teve valorização de 14,52%.
Para outubro também é esperada uma boa performance, uma vez que, segundo dados do WhaleStats, citado por Ribeiro, “LINK está entre os dez tokens que os grandes investidores (as baleias) estão segurando”. “Como o movimento de baleias é importante para entendermos a performance das criptos, essa força pode representar um crescimento no curto prazo.”
Importante frisar que criptomoedas são ativos de alto risco, recomendados por especialistas somente para investidores com perfis arrojados e agressivos, com objetivos de longo prazo, e em nível nunca superior a 5% do seu patrimônio.