Foto/Reproducao
do g1 - O sorriso de Débora Michels deixou um vazio irreparável na família da personal trainer há um ano. A mulher de 30 anos foi encontrada morta em frente à casa dos pais, em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no dia 26 de janeiro de 2024. Relembre o caso abaixo.
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Alex Rodrigo Michels, irmão de Débora, é um dos que mais sentem sua ausência. O filho dele, de apenas cinco anos, ainda fala na madrinha.
"Todos sentem falta da alegria que a Débora proporcionava. O meu filho, quando vê uma estrela no céu, ele diz que é a dinda dele", relata.
O réu é o ex-companheiro da vítima, Alexsandro Alves Gunsch, de 48 anos. O acusado está preso preventivamente desde 28 de janeiro do ano passado. Para avançar, o caso ainda aguarda manifestação da defesa do réu (entenda abaixo). A advogada de Gunsch afirma que "a defesa manifesta os mesmos argumentos anteriormente informados, em aguardo para a designação do plenário do júri".
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Para a família, Alex Rodrigo relata que "foi um ano muito difícil".
"Não matou só a Débora, mas matou a família. Meus pais nunca vão esquecer da cena de ver a filha deles atirada morta na calçada", desabafa o irmão.
Em agosto de 2024, a 1ª Vara Criminal de Montenegro decidiu que Gunsch irá a júri popular, sob acusação de feminicídio qualificado (motivo torpe, meio cruel mediante emprego de asfixia, recurso que dificultou a defesa da vítima, contra mulher em razão do gênero em contexto de violência doméstica e familiar).
Segundo a denúncia, o crime foi cometido porque o réu estaria inconformado com o fim do relacionamento.
"No caso, há vertente que aponta que o réu estava irresignado com o término da relação afetiva, o que daria ensejo ao motivo torpe (...). Além disso, há indicação de vertente probatória que demonstra que a motivação foi o sentimento de posse", disse a juíza na decisão.
No entanto, apesar da decisão para que o caso seja levado ao Tribunal do Júri, o processo ainda está em tramitação no 1º grau de jurisdição. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), a defesa ainda precisa se manifestar para que a data do julgamento seja marcada.
A advogada de Gunsch, Daniela Schneider Couto, confirma: "o processo está aguardando a produção e juntada das últimas provas antes da designação do júri".
O irmão de Débora diz que a família só quer que o processo tenha uma conclusão "o mais rápido possível".
"O que esperamos é justiça", comenta.
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Conforme o Ministério Público (MP), Gunsch cometeu o crime na residência do casal, por volta das 3h do dia 26 de janeiro, de forma premeditada, por esganadura, ao levantar Débora do chão até que ela desfalecesse.
O motivo seria a "irresignação com o término do relacionamento", diz a denúncia. Logo depois, Gunsch teria abandonado o corpo em frente à casa dos pais de Débora, enrolada em um cobertor.
O investigado foi preso preventivamente dois dias após o crime. À polícia, ele teria confessado, dizendo que os dois começaram a discutir em casa, mas que a discussão acabou virando uma briga com mútuas agressões.
Segundo a investigação, Gunsch contou ter jogado a companheira contra um móvel. Ela teria perdido a consciência. Na sequência, ele teria levado a mulher para receber atendimento médico, mas, ao perceber que estava sem sinais vitais, teria decidido deixá-la numa calçada, em frente à casa dos pais dela.