Foto/Reproducao
do g1 - A mulher de 29 anos que foi encontrada morta com queimaduras pelo corpo dentro de um carro em um canavial em Tatuí (SP), na quarta-feira (23), havia desabafado com uma amiga sobre o relacionamento tóxico que viveu com o ex-marido Rafael dos Santos, de 37 anos. O homem foi preso e confessou o assassinato à polícia.
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Em conversa por um aplicativo de mensagens, Raísa Martins dos Santos contou a uma amiga que o ex surtava e a humilhava. "Depois do último surto ele pegou a aliança, picou no alicate e jogou na minha cara". Em outro momento, ela também afirmou que ele a teria abandonado. "Falou que estava de saco cheio de mim".
Conforme os prints da conversa que o g1teve acesso, a vítima ainda disse à amiga que o ex era narcisista. "Falou que nosso casamento não deu certo porque não sou submissa a ele". Veja trechos da conversa com a amiga abaixo:
Raísa também havia comentado que conseguiu um segundo emprego para quitar as dívidas que ficaram após a separação, ocorrida no início deste ano. O casal ficou junto por quatro anos, segundo a polícia.
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"Não vou mentir, amo ele, mas do jeito que ele fez comigo, me abandonou, me humilhou. Eu não preciso disso", afirmou.
Doutora em direito penal e especialista em violência de gênero, Alice Bianchini conversou com o g1 sobre como os casos de feminicídio ocorrem.
"O que temos é: posse e controle de homens sobre mulheres. Ainda se lê em processos criminais de feminicídio a alegação do réu no sentido de que 'se não vai ser minha, não vai ser de mais ninguém'."
"Não se trata de um crime praticado na rua por um desconhecido. Ao contrário, o lar não é um lugar seguro para a mulher brasileira, e quem está matando nossas mulheres são os homens próximos a elas e com quem, na maioria das vezes, possuem filhos em comum", afirma.