Foto/Reproducao
Do g1 - Amanda Fernandes Carvalho, a mulher de 42 anos que foi morta pelo sargento da Polícia Militar Samir Carvalho em Santos, no litoral de São Paulo, relatava sofrer agressões físicas e ameaças de morte por parte do marido. Segundo uma amiga próxima da vítima, que acionou a Polícia Militar para o local do crime, ele batia em locais específicos do corpo da mulher para não deixar marcas.
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Por meio de nota, o advogado Paulo de Jesus, que representa Samir, afirmou que na tarde de quinta-feira (8) foi realizada audiência de custódia e a prisão em flagrante do policial foi convertida em preventiva. Samir foi encaminhado ao presídio Romão Gomes. Paulo de Jesus disse que a defesa se manifestará apenas quando as investigações forem concluídas.
O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. O sargento Samir Carvalho efetuou diversos disparos, atingindo a esposa, Amanda Fernandes Carvalho, e a filha. Em seguida, ele pegou uma faca e deu aproximadamente dez facadas na mulher.
Amanda morreu no local e a filha do casal ficou ferida. A menina foi levada para a Santa Casa de Santos. Ao g1, o hospital informou que a paciente foi atendida pela equipe multidisciplinar e não tem autorização para prestar informações sobre o estado de saúde.
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Segundo Janaina Beierle Rollo, de 50 anos, que trabalhava com a Amanda e era amiga pessoal dela, a mulher sempre reclamou docomportamento agressivo do parceiro pois sofria violências físicas e psicológicas.
Nos últimos dias, porém, esses relatos se intensificaram. "Ele batia na cabeça, ele puxava os cabelos, dava soco na cabeça [...]. Ele batia em locais nela onde, se ela fosse fazer um corpo de delito, não apareceria", afirmou a coordenadora de exportação ao g1.
Esposo de Janaina, o despachante aduaneiro Bruno Rollo, de 41 anos, sócio e amigo de Amanda, relatou que ela tinha medo de denunciar. Segundo ele, Amanda reclamava que Samir ameaçava matá-la, matar os filhos e tirar a própria vida depois. "Ela vivia um terror na vida dela", lamentou o homem.
O crime aconteceu na quarta-feira (7), na clínica localizada na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Em depoimento à Polícia Civil, o médico proprietário da clínica disse ter sido surpreendido por Amanda e pela filha enquanto estava na própria sala, aguardando o horário de chamá-las para uma consulta que estava agendada.
O profissional contou às autoridades que Amanda entrou no cômodo muito nervosa, dizendo que estava sendo ameaçada pelo companheiro. “Meu marido está comigo, está armado, é policial e ele quer me matar, pois estamos nos separando”, teria dito Amanda ao médico.
Ele disse para a Polícia Civil que trancou a porta do consultório, colocou duas cadeiras atrás da porta e ficou segurando com medo de que fosse arrombada. O médico também contou que pediu para a paciente chamar a polícia, mas ela respondeu que uma amiga já havia acionado a corporação. Por isso, insistiu por uma nova ligação.
O homem relatou que ouviu uma batida na porta e questionou quem era, mas não teve retorno. Momentos depois, ele escutou a voz da secretária pedindo para a porta ser aberta porque a PM havia chegado. Segundo o relato, também foi possível escutar uma voz masculina dizendo: “pode abrir, é a polícia, está tudo sob controle”.
Após questionar se os agentes estavam uniformizados, o médico abriu parcialmente a porta e, em seguida, foi para atrás da mesa. Ele disse que viu, no fim do corredor, um policial fardado e depois ouviu uma sequência de mais de dez tiros.
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O profissional disse para polícia que se abrigou debaixo da mesa para se proteger e acredita que o atirador tenha começado os disparos do lado de fora da sala. Ele só se levantou depois que o agressor foi contido pelas equipes policiais.
O homem contou que socorreu a filha de Amanda e, logo depois, viu o corpo da mulher com uma faca “cravada no pescoço e banhada em sangue”. Ele garantiu que nunca havia visto as vítimas antes e não chegou a ver o atirador porque se escondeu ao ouvir o primeiro tiro.